sábado, 27 de setembro de 2014

Salve Cosme e Damião!

Bando de molequinhos andando apressados na calçada, sinal de alerta carioca ligado: pivetes mirando meu cordão, que já não uso por ser alvo fácil?
 
Passam por mim e nem ligam. Correm para um carro na beira da calçada. "Tem doce, tia? Tem doce, tio?"
 
Viva São Cosme, viva São Damião!
 
Santos com o poder de transformar crianças de rua em crianças na rua, misturadas a todas as outras crianças que não foram impedidas pelo medo, religião ou ignorância dos pais, e estiveram nas calçadas correndo atrás de doce de abóbora, maria-mole, pé-de-moleque e toda a sorte de doces muito muito doces que só existem nessa época do ano.
 
Salve São Damião, salve São Cosme!
 
Que uniram famílias durante essa semana, para montar os saquinhos distribuídos hoje pelas ruas. Deus proteja o carinho e a união da linha de montagem dos doces mais tradicionais da paróquia.
 
Viva Cosme, Damião e "Doum"!
 
Que me fazem lembrar minha avó Elza, a grande entusiasta dos docinhos dessa data, que fazia questão de ser criança na semana depois do seu aniversário, e reclamava se não lhe levassem um saquinho de Cosme e Damião. Ah, vó, que saudade.
 
Salve Cosme, salve Damião!
 
Esses meninos que transcenderam a religião para marcar a cultura de um povo, o verdadeiro folclore de uma gente que gosta de doce com muito açúcar, porque marshmallow nunca chegará aos pés de uma boa maria-mole, ou dos inocentes, safados e inter-raciais peitinho de moça e peitinho de nega.
 
Viva o dia de São Cosme e Damião! Viva!